segunda-feira, 21 de setembro de 2015

HSBC e as marcas da sua história

Um dos pilares do capitalismo contemporâneo em sua fase informacional-monopolista é o Narcotráfico. Não há uma contabilidade exata, mas estima-se que mundialmente o narcotráfico movimenta mais de US$ 1 trilhão. É um grande negócio que envolve personagens distintos em escalas geográficas diferenciadas. Há denuncias e casos comprovados do envolvimento de pessoas que representam o poder executivo e legislativo de um país; envolvimento de grandes empresários de corporações transnacionais; e até mesmo instituições financeiras planetárias, como os bancos. 
O tema da legalização das drogas está sendo discutido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil. Sendo assim, saber que uma das maiores transnacionais do mundo tem suas ligações estreitas com o narcotráfico é ponto importante para uma boa argumentação. Engana-se quem discute a questão da legalização das drogas de forma reducionista, mirando o usuário ou o viciado e criminalizando-o pela circulação, porte e armazenamento de drogas.


Em uma reportagem da revista Carta Capital, o jornalista Vladimir Safatle pergunta: Quem nos governa?, e deixa que a senadora norte-americana, em 2013 Elisabeth Warren responda com outra pergunta: quanto tempo seria ainda necessário para fechar um banco como o HSBC?

Abaixo um resumo da matéria publicada na revista Carta Capital:
Em 1860 o Império Britânico acabara de vencer a famosa “Guerra do Ópio” contra a China, talvez uma das páginas mais cínicas e criminosas da história cínica e criminosa do colonialismo. Guerra terminada, os ingleses tiveram a ideia de abrir um banco para financiar o comércio baseado no tráfico de drogas. Dessa forma apoteótica, nasceu o HKSC, tempos depois transformado em HSBC (Hong Kong and Shangai Bank Corporation). Sua história é o exemplo mais bem acabado de como o desenvolvimento do capitalismo financeiro e a cumplicidade com a alta criminalidade andam de mãos dadas.

O HSBC em Genebra lavou dinheiro de ditadores, traficantes de armas e drogas, auxiliou todo tipo de gente a operar fraudes fiscais milionárias e a abrir empresas offshore

Em julho de 2013, a senadora norte-americana Elisabeth Warren fez um discurso no qual perguntava: quanto tempo seria ainda necessário para fechar um banco como o HSBC?

Traficantes de armas e drogas não teriam tanto poder se não existissem bancos que, placidamente, oferecem seus serviços de lavagem de dinheiro com discrição e eficiência.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015


Recuperar a Floresta é a única solução!!!
Júlio Ottoboni é jornalista diplomado e pós-graduado em jornalismo científico.
http://envolverde.com.br/ambiente/sudeste-rumo-desertificacao/"


Preservar a floresta é proteger o futuro das próximas gerações não só dos parentes indígenas...
O sudeste, até agora só se manteve em equilibrio da desertificação, foi porque a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica, detém diversas semelhanças em seus ciclos sazonais e em espécimes de fauna e flora que em conjunto são responsáveis pela produção do vapor d’água em nuvens que viajam por todo o território Brasileiro e da América do Sul mantendo os solos férteis e índices pluviométricos mais que satisfatórios à manutenção da vida... Mais conhecidos como Rios Voadores. É simples assim... A chuva em várias regiões do país depende da preservação de nossas Florestas... Nossas vidas... Proteger as florestas significa também salvar milhões de pessoas...
E por favor humanos, parem com essa destruição insana da Mãe Gaia... parem com o desmatamento... 
Será que ainda não entenderam?!!!
Sim... Nós estamos destruindo o planeta...

"O sudeste do Brasil, parte da região central e do sul caminham para se tornar desérticas. A seca registrada este ano na porção centro-sul, principalmente em São Paulo, está ligada a permanente e acelerada degradação da floresta amazônica. O transporte de umidade para as partes mais ao sul do continente está sendo comprometida, pois além de sua diminuição é trazido partículas geradas nos processos de queimadas que impedem a formação de chuvas.

Os cientistas do (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa) há mais de uma década fizeram esse alerta, que a cada ano está pior e mais grave. E coloca em confronto o modelo econômico agropecuário, baseado em commodities, com a área mais industrializada, produtiva e rica do país. E também a mais urbanizada e detentora de 45% da população brasileira e abrigada em apenas 10,5% do território nacional.

O cientista e doutor em meteorologia do Inpe, Gilvam Sampaio de Oliveira, a situação é preocupante e bem mais grave do imaginado em relação a eventos extremos. A comunidade científica está surpresa com a dinâmica das alterações do clima. O número de desastres naturais vem crescendo. Entre 1940 e 2009 houve uma curva ascendente de inundações e o número de dias frios, principalmente em São Paulo, está em franca decadência.

“As questões que já estamos passando, como essa seca, eram projetadas para daqui há 15 ou 20 anos. A área de altas temperaturas está aumentando em toda América do Sul. Em São Paulo e São José dos Campos, por exemplo, há um aumento de chuvas com mais de 100 milímetros concentradas e períodos maiores sem precipitação alguma. E quanto mais seca a região, aumenta o efeito estufa e diminui a possibilidade de chuvas”, alertou o cientista.

O sistema principal formador do ciclo natural que abastece a pluviometria do sudeste começa com a massa de ar quente repleta de umidade, formada na bacia do Amazonas, seguindo até os Andes. Com a barreira natural, ela retorna para a porção sul continental, o que decreta o regime de chuvas.

A revista científica Nature publicou em 2012 um estudo inglês da Universidade de Leeds. O artigo apresentou o resultado de um estudo no qual os mais de 600 mil quilômetros quadrados de floresta amazônica perdidos desde a década de 1970, e com o avanço do desmatamento seguido de queimadas cerca de 40% de todo complexo natural, estará extinto até 2050. Isso comprometerá o regime de chuvas, que seriam reduzidas em mais de 20% nos períodos de seca.

Faixa dos desertos

O sudeste brasileiro está na faixa dos desertos existente no hemisfério sul do planeta. Ela atravessa enormes áreas continentais, como os desertos australianos de Great Sendy, Gibson e Great Victoria, na plataforma africana surgem as áreas desertificadas da Namíbia e do Kalahari e na América do Sul, o do Atacama. Sem qualquer coincidência, ambos desertos africanos, inclusive em expansão, estão alinhados frontalmente, dentro das margens latitudinais, com as regiões dos Estados do Sudeste e do Sul do país.

Essa porção territorial só se viu livre da desertificação com o êxito da Amazônia e a formação da Mata Atlântica. Ambas foram determinantes para se criar um regime de chuvas que mantiveram essas partes do Brasil e da América do Sul com solos férteis e índices pluviométricos mais que satisfatórios à manutenção da vida.

O geólogo do Inpe e assessor da Agência Espacial Brasileira (AEB), Paulo Roberto Martini, tem sua teoria para esse fenômeno. Na qual a desertificação destas regiões ocorrerá se o transporte de ar úmido for bloqueado ou escasseado, por ação natural ou antrópica. Exatamente o que vem acontecendo. As investigações geomorfológicas já mostraram que entre os anos 1000 e 1300 houveram secas generalizadas e populações inteiras desaparecerem nas Américas. E isto pode ocorrer novamente, agora potencializado pela devastação causada pelo homem.

“Esse solo da região Sul e Sudeste tem potencial enorme para se tornar deserto, basta não chover regularmente. A distribuição da umidade evitou que essa região da América do Sul fosse transformada num imenso deserto”, explicou Martini.

Segundo o pesquisador, no fim do período glacial, por volta de 12 mil anos, a cobertura do Brasil teria sido predominantemente de savana, como na África, pobre em diversidade e formada por gramíneas e poucas espécies arbóreas. O que ainda é encontrado no interior de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e no Mato Grosso. Entretanto, a umidade oceânica associada à amazônica possibilitou a constituição da Mata Atlântica e seu ingresso continente adentro.

A penetração da flora em áreas de campo realimentou o ciclo das chuvas, nível de umidade das áreas ocupadas e a fertilização do solo. Em milhares de anos formou-se um vasto complexo florestal, atualmente reduzido a menos de 5% de seu tamanho original na época do descobrimento.

“Há uma cultura de degradação e falar em restauração das matas no Brasil é ficção. Só se produz água quando se faz floresta, a sociedade tem que reagir a isso”, observou o dirigente da entidade SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani.

As pesquisas mostram que o povoamento vegetal no que é hoje o território brasileiro teria começado pela costa do Oceano Atlântico, seguindo para o interior ao longo das várzeas dos rios, onde se encontram os solos mais ricos em nutrientes. Foram milhares de anos neste ritmo, o que induziu diversos especialistas a defenderem a tese de que a Mata Atlântica esteve intimamente ligada a Floresta Amazônica, pois ambas detém diversas semelhanças em seus ciclos sazonais e em espécimes de fauna e flora.

Mas com a derrubada desta proteção vegetal e o encurtamento do ciclo de chuvas oriundas do mega sistema amazônico, as mudanças climáticas ganharam impulso e têm causado alterações no desenvolvimento de diferentes culturas agrícolas, entre elas milho, trigo e café com impactos imensos na produção brasileira e norte-americana. A avaliação partiu dos integrantes do Workshop on Impacts of Global Climate Change on Agriculture and Livestock , realizado em maio na Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto (SP).

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

VAMOS FALAR SOBRE SOLOS Let's Talk About Soil (Portuguese)



O tempo geológico e o tempo do ser humano.
por Geográficos
O solo é um organismo vivo, formado por um processo complexo e lento. Os intemperismos e o processo da pedogênese modificam estruturas químicas e mineralógicas do solo. Durante milhares de anos, as forças da natureza movimentam milhares de toneladas de minerais que, quando agrupados com outros elementos químicos formam o solo e servem como base da fixação do homem nos lugares. Por isso, o solo é um direito do ser humano.
A visão dicotômica da realidade que separa homem x natureza é nociva e precisa ser superada.

A ciência e a tecnologia traz novas esperanças. O período geográfico atual nos oferece um conjunto de possibilidades de reverter o raciocínio de agressões ao ambiente. Esse novo conjunto de conhecimentos produzido e armazenado deve ser usado para uma radical mudança nos padrões do desenvolvimento capitalista. Oferecer aos futuros habitantes um lugar melhor do que o atual.

Isto é, oferecer os futuros habitantes um lugar onde a única propriedade do homem fosse a beleza e a nobreza atribuída às coisas fossem atribuídas a maximização das relações humanas horizontalizadas..


fonte: linguagemgeografica.blogspot.com.br/